video sobre grafitagem digital.

video sobre grafitagem digital.
“Nous n’avons pas compris Descartes”(1991), de André Vallias, aponta para a década que consagrou o uso de softwares de imagem e tornou corriqueiras as animações geradas em computador. É evidente o apelo estético desses recursos. No poema citado aparecem figuras típicas da produção computacional. A de cima sugere o espaço plano, enquanto que as corcovas representadas na de baixo manifestam dois centros de curvatura. O espaço achatado é pressuposto da geometria de Euclides-Descartes, mas caracteriza igualmente a de Minkowski, arcabouço da relatividade restrita de Einstein. O espaço-tempo curvo se associa à outra relatividade, a geral, teoria de gravitação que prevê o arqueamento nas proximidades da matéria, sendo tão mais intenso quanto maior for a densidade.O cogito cartesiano assevera o salto do pensamento abstrato à existência. Do substrato mental ao material. Vallias propõe também um salto: da planura deserta da página para o planar recurvo que desenha a materialidade do poema. Este existe porque existe a página, a tela do computador, a mente. A curvatura, expressão gráfica do signo criativo, é forma-conteúdo, é matéria-energia, tal como na gravitação einsteiniana. A folha quadriculada e lisa magicamente se transmuda num tapete voador ondeante. Efeito da in(ter)venção humana, conseqüência da vida. O artista pensa. Ergo, existe a arte. (Roland de Azeredo Campos in "Instantâneos da poesia visual brasileira")
Hermenetka is a project of Net Art that generates fortuitous cartographies from search engines in data bases. The starting point of the Hermenetka project is the Mediterranean view as spiritual scenery of thoughts, as method and search of knowledge. Hermenetka is an acronym formed from the association of Hermes, Greek god of communication and exchange; Net, from Internet and "Ka", a very complex part of the symbolism in ancient Egyptian mythology, Ka represents the consciousness and the guide of the invisible world, the kingdom of the dead. In contemporary era, the metaphor of the "sea between territories" (Mediterranean) embodies in the flows and the exchanges of cyberspace. The proposal of the Hermenetka is to generate plural cartographies of the seas of data that populate the quotidian of the cyberculture. The project is constituted by two types of mappings. In the first one, it is possible to generate a map in real time from topics that gravitate around the concept of the Mediterranean.The second possibility consists in answering the question "What is the Mediterranean for you?". In this case, your reply triggers a research in cyberspace for images and texts that will compose a unique map. The aesthetics project associates remixing, transparencies and revisits the watercolor techniques and collage practices of Robert Rauschemberg. In both cases, the image is generated at random and composed of different sizes and levels of transparent overlaying of images and texts. (Source: Author's description)
Hermenetka (acrônimo formado pela associação de Hermes, deus grego das comunicações e das trocas, Net, de Internet e Ka, figura mítica do antigo Egito, polimórfico, que presidia a passagem para o mundo invisível, o reino dos mortos) é um projeto de Net Arte que gera cartografias randômicas a partir de buscas em bancos de dados. O ponto de partida do projeto Hermenetka é o Mediterrâneo compreendido como cenário espiritual de pensamentos, como método e busca de conhecimento. Na era contemporânea, a metáfora do “mar entre territórios” se corporifica nos fluxos e nas trocas do ciberespaço. A proposta do Hermenetka é criar cartografias plurais dos mares de dados que povoam o cotidiano da cibercultura. O projeto é constituído por dois tipos de mapeamentos. No primeiro, é possível gerar um mapa em tempo real a partir de tópicos que orbitam em torno do conceito de Mediterrâneo. A segunda possibilidade consiste em responder à pergunta “O que é o Mediterrâneo para você?”. Nesse caso, a resposta irá buscar no ciberespaço imagens e textos que comporão seu mapa. Nos dois casos, a imagem gerada é composta por sobreposições randômicas de imagens e textos que compõem o banco de dados do sistema. A estética adotada associa transparências, remixagens e revisita as práticas de colagem de Robert Rauschemberg. Conceito O ciberespaço é a nova ágora, um espaço que transmuta trocas e vivências. Assim, o ciberespaço revisita vários dos aspectos que a paisagem do Mediterrâneo descortina. Espaço que nos convida ao deslocamento, o ciberespaço também é o espaço do mito e da memória coletiva. Navegar pelas redes informacionais é se aventurar por territórios estrangeiros, travar contatos em busca de conhecimento e engendrar subjetividades. Nas comunidades virtuais, nos fóruns de discussão e nos registros, a força simbólica do Mediterrâneo emerge como experiência vivida, cotidiana, simultaneamente única, coletiva e universal. No passado, o mercador atuava como pesquisador nômade e promovia intercâmbios ao trazer de suas viagens elementos de culturas distantes. Na infoera, o antigo mercador volta repaginado em programas de buscas, agentes inteligentes, blogs e bloglines. Para o psiquiatra e filósofo Mauro Maldonato, o Mediterrâneo é cenário espiritual de pensamentos e mestre de divisas, de medida: “o Mediterrâneo é, antes de mais nada, escola de limite e de philo-sophia”. Ao seguirmos as cartografias de Maldonato, o Mediterrâneo ressurge como método, como busca de conhecimento. O mar como convite a viagem, a navegações por caminhos errantes, aos “dis-cursos”. O Mediterrâneo-camaleão da cibercultura não se fixa. Em suas fugacidades, ele se transmuta em mares, espaços líquidos, em cais, em portos, ágoras ativas, lugares de trocas, meios de passagem. O Mediterrâneo-camaleão é ainda, paradoxalmente, limite entre territórios e zona de confluências. Hermenetka tem por objetivo desvelar suas múltiplas faces, seus rizomas, seus platôs.
Minitel animated poem shown online in the group exhibition Brazil High-Tech (1986), a minitel art gallery organized by Eduardo Kac and Flavio Ferraz and presented by Companhia Telefônica de São Paulo. Upon close scrutiny, the apparently random letters and numbers that form the bardcode reveal hidden meanings (in Portuguese). When viewers logged on they first saw a black screen. Then, a small white rectangle appeared in the middle of the screen. Slowly, vertical bars descended inside the horizontal rectangle. At the bottom, viewers saw apparently random letters and numbers, reminding one of conventional bar codes. Upon close scrutiny the reader noticed that the letters formed the word "Deus" (God, in Portuguese). The spacing of the letters revealed "eu" (I, in Portuguese) inside "Deus". The numbers were not random either. They indicated the date when the work was produced and uploaded to the Brazilian videotex network.
(Source: Author)
Minitel animated poem shown online in the group exhibition Brazil High-Tech (1986), a minitel art gallery organized by Eduardo Kac and Flavio Ferraz and presented by Companhia Telefônica de São Paulo. Letters forming the word "caos" (chaos, in Portuguese) ricochet off the edge of the screen to simultaneously form the open-ended hourglass outline and the infinity symbol. As they zigzag, the letters overlap suggesting new meanings.
Minitel animated poem shown online in 1985 in the group exhibition "Arte On-Line", a minitel art gallery presented by Companhia Telefônica de São Paulo. An incantatory word of Kaballistic resonance is rendered as a cosmic monolith following the atomic model (the vowel as nucleus and the consonants as orbiting particles).
Created in 1982 and presented on an electronic signboard in 1984 at the Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro (in Portuguese). "Não!" is organized in text blocks which circulate in virtual space at equal intervals, leaving the screen blank prior to the flow of the next text block. The visual rhythm thus created alternates between appearance and disappearance of the fragmented verbal material, asking the reader to link them semantically as the letters go by. The internal visual tempo of the poem is added to the subjective performance of the reader. The poem was realized on a LED display.
(Source: Author)
Lá pelos idos da primeira década do nosso século, no turbilhão dos movimentos de vanguarda, o desenvolvimento da linguagem cinematográfica levou Guillaume Apollinaire a afirmar que a era da tipografia havia chegado ao fim e que no futuro o poeta conheceria liberdades que naquele momento não eram sequer imagináveis. Se o famoso poeta calígrafo-cubista pecou ao ser taxativo sobre a futura simbiose entre a poesia e as artes gráficas, não se equivocou ao sentenciar profeticamente que a poesia ainda seguiria rumos imprevisíveis. Da mesma forma que a galáxia de Gutenberg provocou profundas alterações na cultura humana e a eletrônica, em plena era da telemática, é responsável igualmente por mudanças radicais -- a holografia traz um contundente questionamento das formas convencionais de percepcão visual e, ao introduzir um método de registro tridimensional, abre possibilidades totalmente novas nos campos da expressão artística e do conhecimento científico.
Meu primeiro poema holográfico foi realizado em dezembro de 83, com Fernando Eugênio Catta-Preta, em seu laboratório, em São Paulo. O anagrama paronomástlco HOLO/OLHO foi holografado (caixa alta, corpos grandes e pequenos) cinco vezes. Depois criei uma espécie de holocollage, fragmentando e remontando as quatro imagens pseudoscópicas do poema. A imagem pseudoscópica é o avesso da imagem que reproduz o objeto assim como foi holografado (ou imagem ortoscópica). Desta forma, o poema é a interpenetracão tridimensional das palavras esculpidas em luz. Cada fragmento é concebido simetricamente a formar uma leitura em círculo: as duas palavras possuem quatro letras e as duas primeiras letras de "OLHO" (corpos pequenos) formam "olho" com as duas primeiras letras de "HOLO" e as duas últimas formam "holo" com as duas últlmas de "HOLO" (corpos grandes). Pares de "O" ainda sugerem olhos humanos.
360 degree hologram with 720 degree textimage: 10 x 50 inches, 16 inches in diameter. Self-contained display includes clear acrylic cylinder and rotating metal display unit with bulb.
40 cm diameter computer integral hologram (WL transmission)
Laser transmission hologram reconstructed in white light.