Hermenetka is a project of Net Art that generates fortuitous cartographies from search engines in data bases. The starting point of the Hermenetka project is the Mediterranean view as spiritual scenery of thoughts, as method and search of knowledge. Hermenetka is an acronym formed from the association of Hermes, Greek god of communication and exchange; Net, from Internet and "Ka", a very complex part of the symbolism in ancient Egyptian mythology, Ka represents the consciousness and the guide of the invisible world, the kingdom of the dead. In contemporary era, the metaphor of the "sea between territories" (Mediterranean) embodies in the flows and the exchanges of cyberspace. The proposal of the Hermenetka is to generate plural cartographies of the seas of data that populate the quotidian of the cyberculture. The project is constituted by two types of mappings. In the first one, it is possible to generate a map in real time from topics that gravitate around the concept of the Mediterranean.The second possibility consists in answering the question "What is the Mediterranean for you?". In this case, your reply triggers a research in cyberspace for images and texts that will compose a unique map. The aesthetics project associates remixing, transparencies and revisits the watercolor techniques and collage practices of Robert Rauschemberg. In both cases, the image is generated at random and composed of different sizes and levels of transparent overlaying of images and texts. (Source: Author's description)
Hermenetka (acrônimo formado pela associação de Hermes, deus grego das comunicações e das trocas, Net, de Internet e Ka, figura mítica do antigo Egito, polimórfico, que presidia a passagem para o mundo invisível, o reino dos mortos) é um projeto de Net Arte que gera cartografias randômicas a partir de buscas em bancos de dados. O ponto de partida do projeto Hermenetka é o Mediterrâneo compreendido como cenário espiritual de pensamentos, como método e busca de conhecimento. Na era contemporânea, a metáfora do “mar entre territórios” se corporifica nos fluxos e nas trocas do ciberespaço. A proposta do Hermenetka é criar cartografias plurais dos mares de dados que povoam o cotidiano da cibercultura. O projeto é constituído por dois tipos de mapeamentos. No primeiro, é possível gerar um mapa em tempo real a partir de tópicos que orbitam em torno do conceito de Mediterrâneo. A segunda possibilidade consiste em responder à pergunta “O que é o Mediterrâneo para você?”. Nesse caso, a resposta irá buscar no ciberespaço imagens e textos que comporão seu mapa. Nos dois casos, a imagem gerada é composta por sobreposições randômicas de imagens e textos que compõem o banco de dados do sistema. A estética adotada associa transparências, remixagens e revisita as práticas de colagem de Robert Rauschemberg. Conceito O ciberespaço é a nova ágora, um espaço que transmuta trocas e vivências. Assim, o ciberespaço revisita vários dos aspectos que a paisagem do Mediterrâneo descortina. Espaço que nos convida ao deslocamento, o ciberespaço também é o espaço do mito e da memória coletiva. Navegar pelas redes informacionais é se aventurar por territórios estrangeiros, travar contatos em busca de conhecimento e engendrar subjetividades. Nas comunidades virtuais, nos fóruns de discussão e nos registros, a força simbólica do Mediterrâneo emerge como experiência vivida, cotidiana, simultaneamente única, coletiva e universal. No passado, o mercador atuava como pesquisador nômade e promovia intercâmbios ao trazer de suas viagens elementos de culturas distantes. Na infoera, o antigo mercador volta repaginado em programas de buscas, agentes inteligentes, blogs e bloglines. Para o psiquiatra e filósofo Mauro Maldonato, o Mediterrâneo é cenário espiritual de pensamentos e mestre de divisas, de medida: “o Mediterrâneo é, antes de mais nada, escola de limite e de philo-sophia”. Ao seguirmos as cartografias de Maldonato, o Mediterrâneo ressurge como método, como busca de conhecimento. O mar como convite a viagem, a navegações por caminhos errantes, aos “dis-cursos”. O Mediterrâneo-camaleão da cibercultura não se fixa. Em suas fugacidades, ele se transmuta em mares, espaços líquidos, em cais, em portos, ágoras ativas, lugares de trocas, meios de passagem. O Mediterrâneo-camaleão é ainda, paradoxalmente, limite entre territórios e zona de confluências. Hermenetka tem por objetivo desvelar suas múltiplas faces, seus rizomas, seus platôs.