"Na Europa, para não falarmos de épocas mais remotas, são célebres os papiros mágicos do século V a. C. e o «Ovo» de Símias de Rodes, que data do ano 300 a. C. e cuja técnica de leitura se conhece. Trata-se dum poema bucólico composto graficamente em forma de ovo, sendo essa forma usada como metáfora do processo poético." (Ana Hatherly, in A Reinvenção da Leitura, 1975).
"O ovo, aliás, mais do que morfema, aparece como ideia incisiva da obra de Silvestre Pestana no núcleo da problemática da potência aristotélica: a fecundação do ser múltiplo é condicionada pelo dispositivo, que permite ou não a sobrevivência. Por isso a associação do ovo ao «povo novo», quer aquele que depois do 25 de Abril, quer aquele que hoje imerso num mundo cada vez mais high tech." (Manaíra Athayde, “PO.EX em EXPO”, 2013).
Sinopse > "(N)(P)OVO" e "META(N)(P)OVO" tem por base a adaptação de um dilema ancestral: o que vem antes, a face ou a interface? Numa tentativa deliberada de proVocação, esta dupla obra de videoarte pode ser lida com casca ou sem casca, dependendo do grau de mediação que se pretenda. Convidando a um processo de descascamento das múltiplas camadas ancestrais que significam o palíndromo, esta obra é também uma (tardia) homenagem a todos os oVos chocados, estrelados, cozidos, mexidos e escalfados desde Símias de Rodes até Silvestre Pestana.